domingo, 28 de dezembro de 2014

Micro-resumo mirmecológico

A técnica de mirmecolismo pode ser utilizada, por exemplo, em laboratórios ou zoológicos. Pode parecer muito complexa e monótona, mas não é. Às vezes vê-se grandes aquários estreito cheios de câmaras com um sistema complexo de aquecimento, umidade e ventilação, cheios de um emaranhado de canos e uma com áreas de forrageamento sendo réplicas perfeitas de pequenas florestas.
Em outra hipótese, pensa-se que seja criancice criar pragas inúteis e asquerosas, que trazem doenças picadas doloridas, e prejuízos.
Há outras suposições cabeludas, todavia mesmo que algumas sejam em alguns aspectos verídicos, eu particularmente prefiro uma explicação mais simples e lógica, se assim posso dizer. Na realidade, o que me fascina em seres tão pequeninos é sua complexidade. Se forem se aprofundar um pouco mais pesquisando as formigas, verão como esses insetos sociais tem uma sociedade tão organizada, tão...incrível. Organismos tão simples, capazes de formar colônias tão estruturadas.

O que as formigas precisam? Se eu estivesse em um pote, além de comida, do que precisaria? Bom...primeiramente de água para me manter hidratado; também precisaria respirar, de alguma forma deveria circular ar naquele pote; e talvez até um celular para mexer nas horas vagas, e algumas outras coisas. Tirando a parte do celular e das outras coisas, o que as formigas precisam é de umidade e ventilação.

Resumindo, vamos à receita de como criar formigas:

  • Arranje um pote/tubo transparente;
  • coloque uma formiga rainha lá dentro;
  • certifique-se de que tem ventilação (pode ser furinhos na tampa um pano ou algodão tampando a saída...
  • e também coloque um algodão úmido para garantir a umidade (não precisa necessariamente usar essa técnica, seja criativo!).
Depois ela vai arrancar as asas e por ovos (se correr tudo bem). Os ovos vão virar larvas, que vão virar pupas, que darão origem às primeiras filhas. Esse processo se repetirá, e você terá que transferir todo mundo para um formigário decente. Aqui tem um bem legal!

COMENTEM E SUGIRAM NOVOS POSTS!

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Capturas não identificadas - Campo Grande/MS (21.12.2014)

Olá tudo bem? Feliz natal!!!  No dia vinte e um de dezembro, fui verificar a piscina e encontrei três rainhas que ainda estavam vivas. Não tenho a mínima certeza, mas imagino que as duas maiores sejam Pheidole sp.:
*Onde foi encontrada: Brasil, Campo Grande/MS, na piscina.

*Coloração: Abdome com três listras avermelhadas, cabeça e pernas avermelhadas 

*Características distintas: Cabeça avermelhada com olhos laterais e três pequenos olhos no meio.

*Comprimento em milímetros: +/-10mm
A outra formiga é bem parecida, porém menor o,85mm, e com a cabeça também menor em proporção ao corpo. Seguem algumas fotos:
  • das maiores






  • Fotos da menor:




E um bônus natalino! ZOOM DOS OVOS DA ECTATOMMA




FELIZ NATAL!!! 
COMENTEM QUAL É O TIPO DESSAS FORMIGAS... SEU COMENTÁRIO É SEMPRE BEM VINDO!

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Notícias

Oi pessoal, tudo bem?
Me desculpem porque eu não postei ontem. É que eu estava esperando passar a chuva para fotografar minhas formigas, mas quando parou de chover já era tarde. Vou tentar recuperar o tempo perdido. Eu tenho muitas notícias: boas :-D e ruins :'-( . Se eu começasse pelas boas, depois as ruins nos deixariam desanimados; por isso começarei pelas ruins para que as boas, que virão depois, superem-nas - ou ao menos tentem superar.
Ok, vou organizar em tópicos, pois fica mais organizado e de fácil compreensão. As notícias más, ficariam ainda piores se houvessem imagens, por isso elas só estarão presentes nas notícias positivas. RUINS:

  • A primeira má notícia, particularmente na minha visão, é a pior. No dia dezoito de dezembro desse ano, encontrei Ana Júlia I (Atta sp.) de pernas pra cima se contorcendo em seu pote. A possível causa desse evento foi que seu algodão estava seco. Então rapidamente umedeci seu algodão e coloquei ela em cima. Desde então, mesmo viva, não saia do lugar. Preocupado, no dia vinte, coloquei ela no chão. Para minha infelicidade, ela só estava mexendo vagarosamente as paras da frente. No dia seguinte, amanheceu morta. Mesmo não estando fecundada, ela foi minha primeira formiga, além disso era linda, por isso, senti muito por sua morte.
  • A segunda trata-se de outra morte. Dessa vez, Eusébia I (Odontomachus bauri). Desconheço qualquer motivo evidente.
  • E finalmente, a última. De certa forma trata-se de várias mortes, mas não tão dolorosas. Eusébia I, Acromyrmex sp., outra vez botou ovos. Desta vez, nem esperou que virassem larvas para come-los
Agora...às BOAS NOVAS!!



  • A primeira novidade não é TÃÃO incrível assim, mas já é alguma coisa. A menos que tenha algum problema de memória ou não tenha lido o post desde o começo, você deve se lembrar que eu falei que Amélia I (Acromyrmex sp.) comeu seus ovos. Então...nas imagens não dá pra ver, mas sobrou um! Há uma grande chance dela come-lo também, mas mesmo que mínima, ainda existe certa possibilidade que esse ovo gere uma operária. 
Clique na imagem para ampliar



  • A segunda novidade é "melhorzinha". Eu suspeito que a rainha desconhecida seja uma Pachycondyla sp. Inclusive, capturei outra, mas acho que é só uma operária. É do mesmo tamanho da rainha (0,8mm). Não sei se é impressão minha...achei o tórax dela meio fino pra ser rainha.
 Clique na imagem para ampliar


  • Terceira e, por enquanto (porque terminarei de contar outras três amanhã), última boa notícia. Minha bela Ectatomma sp., botou maravilhosos ovos pretos pretos - ela é muito cuidadosa ^_^
Clique na imagem para ampliar

COMENTEM... SEU COMENTÁRIO É CRUCIAL PARA O AVANÇO DO BLOG!
E NÃO PERCAM...AMANHÃ VAMOS DAR UM ZOOM NOS OVOS DA Ectatomma sp.
E APRESENTAR OUTRAS TRÊS NOVIDADES!

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Rainha desconhecida - Campo Grande/MS (19/12/2014)

Em um dia feliz, como hoje, eu estava pensando no que postar. Tenho algumas novidades... mas como só fotografo as minhas formigas no fim de semana, vocês vão ter que esperar até minha próxima postagem para sabe-las. Mas voltemos à história. Eu não tinha muito o que postar, quando aparece, na minha janela, uma...rainha! Eu peguei ela com asas, e...vamos ao que interessa:

  1. Ela é pequena, em torno de oito milímetros, e tem o corpo fino;
  2. tem um ferrão protuberante no gáster;
  3. é preta, mas mandíbulas, ferrão e a metade inferior das patas são levemente avermelhadas - nada muito notável;
  4. muito agitada, quando capturei ela tentou ferroar a pinça;
  5. quando foi colocada na caixinha, ela começou a correr com o gáster ligeiramente voltado PARA BAIXO;
  6. como ela se molhou no algodão, não é possível ver direito, mas parece que só tem um espinho na cintura e seu abdome é levemente bipartido na base superior, próximo à cintura;
  7. tem as mandíbulas bem visíveis.
Seguem algumas fotos abaixo:

  • Nas duas imagens de cima verifica-se a posição descrita no tópico "5";
  • na última, é possível ver bem sua cabeça e mandíbulas. 





COMENTEM! PRECISO SABER DE QUE GÊNERO É ESSA CRIATURA ^^



  

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Atualização das rainhas

Já faz algum desde que apresentei as rainhas, e como quero manter vocês sempre atualizados sobre minhas formigas, vou falar a situação atual delas.
Começarei falando da minha Atta sp., Ana Júlia I (09/11/2014). Foi a minha primeira rainha e foi capturada sem as asas. Que eu saiba, nunca botou ovos e talvez não esteja fecundada. Nem sempre uma rainha SEM asas está fecundada :-/
Eu peguei ela na época de revoada porque achei bonita - nem sabia que existia mirmecolismo. Sempre achei interessante insetos diferentes, por isso ia esperá-la morrer para conservá-la em um pote com alcool.
Ela estava em um potinho minúsculo junto com outros insetos mortos.
Fui pesquisar sobre ela e descobri o mirmecolismo. Então coloquei em um pote de terra, mas ficava impaciente e trocava ela de pote. Cheguei a cavar um buraco no pote de terra e colocar ela dentro. Até que, sem noção, tirei ela com uma pinça do pote e coloquei ela em outro sem terra - penso que o fungo deve ter ficado no outro pote :-( .

Esse algodão amarelado é normal? É só sujeira?
Agora vou falar da Anthenas I(Camponotus festinatus). Provavelmente não está fecundada, pois ainda não arrancou as asas. Estou planejando soltá-la. Se tiverem alguma sugestão, postem nos comentários.

Também tenho duas Acromyrmex. Creio que as duas estejam fecundadas. Vou falar primeiro da que eu tenho mais certeza. Amélia I, chegou a ter larvas. Um certo dia, levei ela pra fora para tirar fotos...ela se estressou de mais e comer larvas e ovos. Ultimamente observei um suposto fungo:
Fundo no lado superior esquerdo do algodão maior. Atrás de Amélia I.

Fungo do lado esquerdo de Amélia I, perto do canto do algodão.

Fungo no canto do algodão, lado esquerdo de Amélia.

Ela estava meio agitada por causa da luz. Penso que é um fungo porque ela frequentemente cheira ele. Estranho é que ela criou sem nenhuma pétala ou folha. Já tentei dar pétalas e elas rejeitam todas :'-(.
Mas vou continuar tentando...Se alguém souber identificar se isso é realmente um fungo eu agradeço.

A Ofélia I(Acromyrmex sp.), só arrancou as asas. Não cortou a pétala que ofereci, mas não sai de cima dela.

Tem também a minha primeira rainha carnívora. A Eusébia I(Odontomachus sp.), arrancou as asas e vive se escondendo embaixo do 1cm de terra de seu pote. Ela é muito pequena e excessivamente tímida e medrosa. Quase nunca abre as mandíbulas em 180º e também nunca vi ela pular. Ela arrancou as asas e chegou a ter larvas ou ovos. Mas depois sumiram...acho que comeu também.

Ela ao lado de várias larvas ou ovos, sei lá. Aquela separada mais amarelada é só uma mancha. O bolinho verdadeiro é o da esquerda.

E a última que eu peguei, uma Ectatomma (possível E. permagnum). Ela está bem, mas rejeita qualquer alimento. Veio já sem asas, mas ainda não botou ovos. Fazem três dias que capturei ela. Ela não sai de cima do algodão e é muito desconfiada e lenta - deve ser porque não tem metade da antena. Acabou a bateria da minha câmera e não pude tirar mais fotos dela... Se quiser ver as antigas mesmo, clique aqui...

PESSOAL, OS TRECHOS DESTACADO EM VERMELHO COM LETRAS BRANCAS SÃO OS QUE PRECISAM SER EXPLICADOS, CONFIRMADOS OU RESPONDIDOS NOS COMENTÁRIOS:


  1. É normal aquele algodão amarelado da Atta sp.? É só sujeira?
  2. Aquilo no pote a Acromyrmex é realmente um fungo?
  3. Porque a Acromyrmex sp., mesmo não cortando a pétala de Begônia, não sai de cima dela(é uma pétala maior que a formiga)?
  4. Olhando as fotos do post sobre a Ectatomma, vocês podem dizer se ela é mesmo uma E. permagnum?

 ...e até o próximo post!

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Eu tenho uma Ectatomma!

Ontem, no mesmo dia da morte da rainha, capturei uma Ectatomma. Estava sentado na escada esperando minha prima, quando olho para o lado e vejo uma formiga de aproximadamente 1,5 cm encolhida no canto. Como não me lembrava de nenhuma operária parecida, prestei mais atenção e reconheci que era uma rainha. Olhei para os lados e não havia nada para eu capturá-la, então corri para procurar alguma coisa. A primeira coisa que vi foi uma embalagem de suco em pó, então coloquei ela lá. Agora ela está em uma confortável caixinha de Tic-tac.
Eu não conheço muita coisa sobre Ectatommas, ouvi falar que rejeitam muito facilmente alimento. Preciso de ajuda, pois ela já veio sem asas, então é provável que bote ovos pretos logo.


COMENTEM...PRECISO DE DICAS SOBRE AS Ectatommas, PELO MENOS UM BLOG OU ARTIGO SOBRE ELAS.
  

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Armadilha para rainhas

A ideia inicial foi do Melk, do blog O Formigueiro, enquanto o primeiro tutorial foi escrito pelo Bruno do Adoro Formigas. Porém, nessa postagem, eu vou explicar um pouco mais sobre essa armadilha.
Quando observamos o tutorial podem surgir algumas dúvidas, como: "Como uma coisa tão simples pode atrair rainhas?", "Onde colocar?", "É necessário alguma isca?", "Que tipo de isca colocar?". Essas dúvidas serão respondidas ao longo do post de hoje...

1. Tutorial

Materiais

  • Um recipiente de plástico (pode ser encontrado em lojas de R$1,99 ou nos potinhos de iogurte com bolinhas xD);
  • Caixa de CD;
  • Cola quente.
Modo de preparo

  • Misture tudo e mecha bem Retire uma das partes transparentes da caixa de CD;
  • Corte uma "portinha" no recipiente plástico;
  • Cole o recipiente na parte transparente retirada da caixa do CD (antes de colar, coloque um algodão úmido e talvez até uma *ISCA* dentro do potinho); 
2. A *Isca*

Primeiramente, você deve saber qual espécie você quer coletar, pesquisar seu hábitos alimentares. Ou uma opção pode ser colocar um alimento que qualquer formiga goste. Pode ser água com mel ou açúcar ou até grãos de arroz. Porém nada em excesso, sobras podem atrair parasitas e outros animais indesejados.
É importante ressaltar que a isca é OPCIONAL.

3. Localização

A armadilha deve estar em um lugar ESCURO, em um ponto estratégico. Por exemplo, se toda a noite você vê uma trilha do tipo de formigas que te interessam, a armadilha pode ser colocada no meio do caminho que elas geralmente fazem (porém antes da trilha se formar).
Lembre-se: para que seja atrativo para a rainha, deve ficar embaixo de um jornal (ou qualquer outra coisa), de modo que fique escuro (sem que obstrua o acesso à armadilha).

4. Tempo

Essa armadilha exige paciência. Deixe até pouco depois da época da grande revoada. "Abandone", deixe em algum lugar e esqueça que você fez aquela armadilha e quando você menos esperar...

5. O Funcionamento

A armadilha funciona basicamente assim:

  1. Com comida: as formigas vão se alimentar e saem. As princesas fecundadas também não resistem. Elas, chegando lá, vêem "algo a mais" naquele lugar...um ninho em potencial. Umidade, e escuridão é tudo o que ela e seus "bebês" precisam...e ainda vêm com lanchinho! 
  2. Sem comida: a única diferença é que só a rainha vai se interessar por aquele lugar. À procura de um ninho seguro vai encontrar aquela casinha, botará ovinhos e viverão felizes para sempre! e formar sua colônia.

Ah! Depois que as rainhas tiverem "mordido a isca", feche a portinha com algodão seco.

Vai ficar mais ou menos assim:


COMENTEM...SEU COMENTÁRIO É INDISPENSÁVEL!

quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

As larvas e o ovo preferido de Amélia I, a Acromyrmex sp.

Amélia I, foi apresentada pela primeira vez neste post , e era a única que estava com um desenvolvimento mais aceitável. Já capturei ela sem asas e é possível observar larvas. Notei que tem um único bolinho de larvas que ela quase nunca se aproxima e um único ovo no canto. Esse ovo separado é também o que recebe todos os cuidados da mãe. Interessante, não?
O bolinho de larvas indicado por uma seta

Amélia tentando se esconder da luz, e outra seta indicando as larvas e o ovo separado

As larvas de forma mais nítida e o ovinho escolhido

Lamentavelmente, se Amélia I for realmente uma cortadeira, o fungo não foi regurgitado. Não tem ninguém para emprestá-la, pois Ofélia, sua irmã estressada, não tem fungo, nem Ana Júlia, a Atta sp.

COMENTEM...PORQUE SERÁ QUE SOMENTE UM OVO, QUE FOI SEPARADO, RECEBE ATENÇÃO, E AS LARVAR NUNCA RECEBERAM (NEM QUANDO ERAM OVOS)?

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Solenopsis invicta rainha

E aí pessoal! No dia 04/12, quinta-feira, capturei uma rainha Solenopsis invicta. Eu particularmente, não sou muito fan desses gêneros agressivos, mas acho as formigas-de-fogo interessantes. Essa rainha tinha acabado de conseguir se salvar do pote de água do meu gato, estava rastejando na borda quando a capturei. No começo, como as asas estavam transparentes por causa da água, pensei que fosse uma operária comum. Como não consegui lembrar de nenhum gênero com uma operária semelhante, fui olhar melhor e percebi que era uma rainha. Ela ainda está com asas e não botou ovos. Abaixo, vou listar, no meu ponto de vista, vantagens e desvantagens de se ter uma colônia dessa espécie.
VANTAGENS:
  • Rápido desenvolvimento da colônia;
  • notável distinção das castas (principalmente dos soldados, que são muito bonitos);
  • comem de tudo;
  • é muito legal observá-las alimentando-se de insetos, aracnídeos, entre outras fontes proteicas;
  • bem ativas.
DESVANTAGENS:
  • Muito agressivas;
  • escapam facilmente de formigários.
    Minha rainha lava-pé Mônica I
  • Estava pensando em capturar uma operária qualquer pra ver se ela adota, mas tenho medo que morda a rainha ou acabe matando-a.
    COMENTEM...SERÁ QUE POSSO ARRISCAR COLOCANDO UMA OPERÁRIA NO POTE?

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Modelo prático de formigário

Pesquisando alguns formigários, encontrei esse modelo bem prático e bonito. Achei muito interessante e criativo e gostaria de compartilhar com vocês.
O post a seguir é de autoria exclusiva de Márcio Dias, extraído integralmente do Fomigas Brasil.


Esse formigário surgiu de uma observação minha vendo uma daquelas caixas plásticas que servem para organizar diversos objetos. Resolvi então dar mais uma utilização a essas caixas: fazer um formigário.

Essas caixas organizadoras possuem diversos formatos e tamanhos, possuindo vários compartimentos internos com várias dimensões. É utilizada para diversos fins, tais como, organizar material de pesca, material de costura, e muitos outros. Facilmente encontrada em supermercados, lojas de 1,99, lojas de aviamentos, etc., tem custo baixo, algumas são bem resistentes e com boa transparência.

A principal característica que devemos observar em uma caixa de qualidade é a vedação, que é de extrema importância para que não haja fuga de formigas.

Abaixo dou algumas dicas para facilitar a construção desse formigário, e tomo como exemplo para ficar com entendimento mais fácil e simples, um pequeno formigário (15,5 x 8,5 mm). O mesmo princípio explanado aqui pode ser aplicado em caixas maiores que possuem muito mais compartimentos.



Os materiais, além da caixa, são também fáceis de encontrar e com custos baixos.
No pote de maionese, que serve de área para colocar alimento, foi colocado uma seringa descartável de 10 ml cortada ao meio, que serve de passagem para a caixa onde ficará as formigas. A outra metade da seringa irá servir para as duas passagens nos lados opostos da caixa, que explicarei mais adiante.

Um pedaço de mangueira transparente de 3/4" serve para conectar as pontas das seringas.

Os orifícios foram feitos com uma micro retifica, mas outras ferramentas disponíveis podem ser "adaptadas" para obter resultado prático, embora às vezes não fique esteticamente aceitável. Particularmente, eu gosto de fazer o melhor possível para que seja agradável aos nossos olhos, embora as formigas não necessitem disso.




Na foto acima vemos o vidro colado na tampa plástica com fita dupla face. Não se preocupe, mesmo estando fixada com apenas 6 pequenos pedaços, a aderência é enorme e provavelmente se você resolver descolar o vidro o mesmo quebrará, pois foi utilizado um vidro de apenas 2 mm de espessura. Pelo tamanho da caixa (15,5 x 8,5 mm) não havia necessidade de um vidro mais resistente. 

Porquê não utilizei uma fita dupla face por toda a borda da tampa?  Simplesmente porque pensei na necessidade da entrada de ar e ventilação para as formigas, o que acontece no intervalo entre a face do vidro e as beiradas da tampa (aproximadamente 1 a 1,2 mm), proporcionado pela espessura da fita dupla face. Como coloquei uma pequena colônia de Camponotus rufipes, elas não passam pela fresta.
Mas se você vai colocar formigas diminutas (como Pheidole ou Solenopsis), há a necessidade de colocar a fita dupla face em toda a borda do vidro. Entretanto, devemos ter cuidado para que as formigas-fantasma não tenham acesso aos ovos. Mesmo sendo muito pequenas elas assaltam colônias de formigas em cativeiro, carregando os ovos mesmo de formigas maiores que ela.

A borda da tampa deve ser mantida apenas o suficiente para colar o vidro e manter o sistema de dobradiça. O miolo é retirado o máximo para dar maior visibilidade das formigas.




Na foto acima temos uma visualização da tampa com vidro já encaixada na caixa. O pote de maionese com tampa verde é o acesso para colocar alimentos com uma pinça longa, a área de forrageamento. O motivo dele ser alto é porque quando sua colônia aumenta as formigas enxameiam por todos os acessos, e ser for um pote raso ou largo, certamente você terá algumas formigas fugindo quando for aberto. Utilizei cola de sapateiro para colar a outra metade da seringa que serve como passagem, mas pode ser qualquer outra, como cola quente, apesar de que a mesma (cola quente) não dá um acabamento "limpo".




Aqui uma visão geral do formigário já com formigas. O dois compartimentos são ligados pela mangueira transparente de 3/4", que pode ser facilmente destacada quando for necessário. O diâmetro externo da seringa deve encaixar sem folga no diâmetro interno da mangueira transparente de 3/4". Caso fique uma folga, uma fita adesiva enrolada na seringa resolve o problema, mas sacrifica a visibilidade.

Na tampa verde do pote de maionese, para visualizar as formigas de cima, foi feito o mesmo procedimento já citado para a tampa da caixa onde foi colado o vidro. Aqui, nesse caso, foi colado um plastico resistente transparente utilizado em embalagens de muitos produtos usados no dia a dia.




O temido problema da umidificação foi resolvido facilmente reservando um compartimento para colocação de algodão embebido em água ocupando metade de seu volume. Uma passagem maior foi feita para melhor circulação da umidade pelo formigário, além daquela entre a beirada da tampa e o vidro colada nela, ajudando ainda mais na umidificação do ambiente.

Observe que a extremidade da seringa não foi retirada. Se o orifício na caixa for feito no diâmetro externo exato da seringa, não há necessidade de utilizar cola para fixá-lo (nesse formigário não foi utilizado nenhuma cola). Mas se o orifício ficar um pouco maior ou irregular, essa extremidade irá servir para que a cola preencha a irregularidade e que seja fixado com firmeza.




Na outra extremidade (à direita) está a saída para conexão de outro formigário quando a colônia crescer, ou simplesmente quando queremos colocar as formigas em outro formigário. Nessa configuração serve para termos acesso ao compartimento de umidificação feita pelo algodão molhado. Com uma seringa injetamos água e com uma pinça longa retiramos o algodão quando for necessário. A substituição do algodão deve acontecer quando o mesmo estiver sujo, pois as formigas terão acesso direto ao mesmo para também a obtenção de água. Algodão seco é usado para vedação da extremidade do tubo feito com seringa.




Nessa última foto temos uma visão geral de todos os componentes que formam o formigário,
inclusive as formigas!


Esse tipo de formigário mostrou ser prático, além de bonito, barato, ser leve e ocupar pouco espaço com ótima otimização do espaço interno e permitir várias configurações.

Quais as espécies que se adaptarão a ele ainda não sei, mas acredito que muitas espécies que não necessitam de substrato estarão confortavelmente instaladas nele.

QUERO RESSALTAR NOVAMENTE QUE TODOS OS CRÉDITOS DESSA PUBLICAÇÃO SÃO PARA O Formigas Brasil
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Apresentando as rainhas

E aí gente! No primeiro post, eu falei sobre como comecei no mirmecolismo e acabei tendo que citar a minha primeira rainha: Ana Júlia I(Atta sp.) Eu peguei ela no dia 09/11/2014. Mas ainda não botou ovos e já veio sem asas quando eu trouxe pra casa. Essa rainha é incrivelmente robusta e com impressionantes 25 mm. Ela tem só metade de uma das antenas, por isso é muito nervosa. Aí vão algumas imagens dela:



Só que não é a única rainha que tenho, ao todo são cinco.  A segunda rainha que capturei (25/11/2014) foi uma  Camponotus  festinatus(  Anthenas I). Com modestos 15 mm, não deixa de ser bem desenvolvida. Infelizmente, ainda nem pensou em arrancas as asas ou em ovos.


Essa é Amélia I. Peguei-a sem asas a já tem um bolinho de ovos (do lado dela). Amélia I tem esse nome porque, quando a achei, coloquei em um pote junto com outra da mesma espécie(Ofélia I) e uma Odontomachus( Eusébia I). No pote, sua prima, menor, com asas e nervosa, queria a qualquer custo agredi-la, e ela por sua vez ficava parada sem reação. Ela é bastante dócil, porém não tem metade de uma das pernas. EU NÃO SEI A ESPÉCIE DA AMÉLIA E DA OFÉLIA! ALGUÉM SABE??? – desconfio que seja  Acromyrmex sp., pois parece muito com uma Atta miniatura kkkkk.

Não foi possível fotografar a Ofélia I, porque a máquina fotográfica não colaborou e a Eusébia I (Odontomachus sp.), se camuflou nos 3 mm de terra em que ela vive KKKKK.

COMENTEM!! SEU COMENTÁRIO E FUNDAMENTAL... AJUDEM-ME A DESCOBRIR A ESPÉCIE DE AMÉLIA!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O Começo

Olá! Criei esse blog para compartilhar experiências com as formigas, trocar ideias e incentivar o hobby. Primeiro, vou contar como comecei a criá-las.
Era um fim de tarde de domingo (09/11/2014), quando fui em um aniversário n'uma "mini-chácara" que tinha até um formigueiro de "formigões de asa" (pensava que era uma espécie especial de formigas xD), que estavam em toda cidade. Como sempre achei legal capturar insetos diferentes, guardei alguns em um pote. 
Em determinado momento da festa, encontrei um  "formigão" que se destacava entre os outros. Era maior, mais bonito e com mandíbulas assustadoras. Como meu pote estava cheio dos outros, joguei todos fora e coloquei aquele outro.
Macho do gênero Atta sp.- Imagem retirada do Google Imagens
Chegando na minha avó, mostrei para ela. Quando o viu, disse nem um pouco surpresa: Ah! É d'aquelas tanajuras, né? Então fui pesquisar e descobri que a criação de formigas era possível e que os formigões eram Attas sp., comecei a criar, e deu no quê deu.
OBS.: DESCULPEM A FALTA DE IMAGENS AUTÊNTICAS, TENHO QUE ACHAR MINHA CÂMERA.
COMENTEM COMO COMEÇARAM NO MIRMECOLISMO...
Querem saber mais? Acompanhem os próximos posts...